MELIACEAE

Cedrela fissilis Vell.

Como citar:

Pablo Viany Prieto; Miguel d'Avila de Moraes. 2012. Cedrela fissilis (MELIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

7.914.616,434 Km2

AOO:

1.184,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie ocorre nos estados Pará, Amazonas, Tocantins, Acre, Rondônia, Maranhão, Piauí, CPernambuco, Bahia, Alagoas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Sakuraki; Stefano; Calazans, 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Critério: A2cd
Categoria: VU
Justificativa:

<i>Cedrela fissilis</i> é uma espécie amplamente distribuída em todo o Brasil, sendo particularmente mais frequente nas regiões sul e sudeste do país. A espécie historicamente vem sofrendo com a exploração madeireira ao longo de toda a sua ocorrência, o que levou muitas das subpopulações à extinção. Além disso, grande parte dos seus habitats foram completamente degradados, tendo sido convertidos em áreas urbanas, pastagens, plantações, entre outros. Suspeita-se, devido a esses fatores, que <i>Cedrela fissilis</i> tenha sofrido um declínio populacional de pelo menos 30% ao longo das últimas três gerações.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Nomes populares: acaiacá; acaiacatinga; acajá-catinga; acajatinga; acaju; acaju-caatinga; capiúva; cedrinho (PR); cedro-amarelo (BA, RJ, SP); cedro-batata (BA, SC); cedro-branco (GO, MG, RS); cedro-branco-batata, cedro-fofo, cedro-rosado, cedro-de-carangola e cedro-do-rio (BA); cedro-cetim; cedro-diamantina; cedro-rosa (MS, RJ, SC, SP); cedro-roxo, no Pará; cedro-verdadeiro, em (AL, BA); cedro-vermelho (BA, ES); cedro-da-bahia; cedro-da-várzea, cedro-do-campo; iacaiacá; ygari (madeira que flutua) (Carvalho, 2003; Grings; Brack, 2011).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: Madeira leve a moderadamente pesada, macia ao corte, com boa durabilidadeao ambiente seco, cheiro característico e agradável. A madeira é fácil de trabalhar, largamente usada em compensados, contraplacas, sendo uma das preferidas em esculturas e obras de telha, modelos e molduras, esquadrias, móveis e geral, marcenaria, portas, janelas, na construção civil, naval e aeronáutica, na confecção de pequenas caixas, lápis e instrumentos musicais etc. A madeira possui óleo essencial que aparentemente a protege do ataque de cupins (Grings; Brack, 2011).

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: A espécie é frequente, mas populações densas são improváveis, uma vez que favorece o crescimento da broca-de-cedro capaz de eliminar as populações, pois sua atividade afeta o meristema apical, inclusive no estágio de muda, e por atacar os frutos.

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: Cerrado (lato sensu), Floresta de Terra-Firme, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (= Floresta Pluvial) (Sakuraki; Stefano; Calazans, 2012). Floresta Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Floresta Estacional Semidecidual e floresta Estacional Decidual (Oliveira Filho, 2009).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland
Detalhes: Árvore caducifólia, com 10 a 25 m de altura e 40 a 80 cm de DAP, podendo atingir até 40 m de altura e 200 cm de DAP, na idade adulta. Todas as partes da planta apresentam cheiro de alho quando esmagadas. Alógama. Planta hermafrodita ou monóica, apresentando flores unissexuais por aborto. Planta heliófila ou semi-heliófila, predominantemente higrófila, característica das florestas semidecíduas, sendo uma das árvores mais comuns do estrato superior da floresta. Ocorre de preferência em solos argilosos, úmidos e profundos tanto em planícies aluviais, quanto em encostas e vales. Desenvolve-se nas matas secundárias e nas clareiras da floresta primária, onde se estabelece, podendo ser caracterizadas principalmente como secundária inicial. Quando atacada pela broca-do-cedro (Hypsipyla grandella), deve sofrer podas corretivas, pois seu crescimento torna-se irregular (Carvalho, 2003).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.3.3.2 Selective logging very high
Foram extraídos legalmente no Estado do Mato Grosso, no período de 2006 a 2011, um total de 3950m³ de toras de C.fissilis (SEMA-MT, 2011). Estimou-se para esse período a extração de 314 indivíduos de grande porte ou 3.141 indivíduos de porte mediano (10 m alt e 0,4m DAP), também equivalente a 52 a 523 indivíduos extraídos anualmente. No estado do Pará o volume extraído foi de 1164m³ ou 15 a 154 indivíduos, de 2006 a 2011 (SEMA-PA, 2011).

Ações de conservação (3):

Ação Situação
1.2.1.1 International level on going
Em perigo. A1acd+2cd. Lista vermelha IUCN 2011 (Americas Regional Workshop, 1998).
Ação Situação
1.2.1.2 National level on going
Listavermelha da flora do Brasil (MMA, 2008), anexo 1. Em Perigo (Biodiversitas, 2005)
Ação Situação
1.2.1.1 International level on going
Incluída no apêndice III da CITES.

Ações de conservação (5):

Uso Proveniência Recurso
Bioativo
Sua casca apresenta uso medicinal (Backes; Irgang, 2002).
Uso Proveniência Recurso
Melífero
Suas flores são utilizadas na produção de mel (Backes; Irgang, 2002).
Uso Proveniência Recurso
Ornamental
Possui valor paisagístico (Grings; Brack, 2011).
Uso Proveniência Recurso
Confecção de ferramentas e utensílios
Seus frutos, com forma de flor de madeira são ornamentais, podendo ser utilizados no artesanato (Grings; Brack, 2011).
Uso Proveniência Recurso
Restauração Ambiental
Utilizada em reflorestamentos para recuperação ambiental (Grings; Brack, 2011).